sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Retrospectiva 2008 - Destaques na Literatura

No ano em que se comemoravam dois centenários expressivos para a cultura brasileira — o de nascimento de Guimarães Rosa e o de morte de Machado de Assis, apenas o segundo obteve repercussão à altura do maior nome nacional na área. Reedições da obra, descoberta de aspectos pouco evidenciados, celebrações em semanas e encontros por todo o país culminaram com a bela adaptação da obra-prima ‘Dom Casmurro’ para a tevê, na forma da revolucionária minissérie ‘Capitu’, de Luiz Fernando Carvalho. Do criador de ‘Grande sertão: veredas’, vieram algumas reedições, seminários e análises, mas nada que alcançasse a grandiosidade de uma obra magna.
Na esteira de outras crises desencadeadas pela pouca prioridade dada à política cultural no país e no Distrito Federal, em particular, o público da capital chegou ao cúmulo de assistir à falta de luz na Feira do Livro, em setembro. Desentendimentos entre organizadores e a Secretaria de Cultura em torno do recurso a ser disponibilizado para o evento provocaram conflitos. Os expositores ameaçaram fechar as portas antes do último dia. O secretário alegou que eles não haviam cumprido trâmites obrigatórios. Perdeu o público, que teve uma feira mais comercial e menos cultural e que, mesmo assim, pouco encontrou de inovador.
A boa nova veio de uma pesquisa nacional que apontou o crescimento nos números relativos à leitura no país. Até a venda de livros porta a porta sentiu os efeitos do maior interesse do brasileiro pelas letras, fato para o qual contribuiu a proliferação de feiras e festas literárias por todo o país: Paraty, Porto Alegre, Porto de Galinhas, Ouro Preto, sem falar nos eventos correlatos menores, como as Primaveras de Livros que movimentam livreiros e consumidores em menor escala.
No plano internacional, o principal prêmio, em prestígio e dinheiro, o Nobel de Literatura, reconheceu a obra do francês J.M.G. Le Clézio, pela capacidade de “ruptura e aventura”. O Prêmio Camões, que destaca obras em língua portuguesa, foi para o baiano João Ubaldo Ribeiro. No Brasil, reinou o catarinense Cristovão Tezza, que papou as principais láureas literárias.

Camões baiano
Em julho, o baiano João Ubaldo Ribeiro tornou-se o oitavo escritor brasileiro a ganhar o Prêmio Camões, criado em 1988 pelos governos de Portugal e Brasil e concedido a autores de língua portuguesa. Pela Objetiva, lançou recentemente ‘O rei da noite’, coletânea de 34 crônicas nas quais descreve, com ironia e piadas, as peripécias vividas pelo escritor para se enquadrar no conceito “qualidade de vida”. Também traz lembranças da Ilha de Itaparica (BA), onde nasceu em 1941, de Aracaju — onde se criou —, histórias de amigos, observações sobre a velhice e curiosidades referentes ao ofício de escrever.

Coelho encalhado
Lançado com estrondo pela Editora Agir, o 12º livro de Paulo Coelho, ‘O vencedor está só’, invadiu as prateleiras das livrarias em agosto com 200 mil exemplares, em embalagem de luxo. Dentro, o autor constrói uma trama policial inverossímil, ambientada no Festival de Cinema de Cannes, por onde circulam atrizes, modelos, magnatas e um serial killer russo. A obra engatinhou algumas semanas na lista dos mais vendidos até sumir de vez. Bem diferente de ‘O alquimista’, lançado pelo escritor há 20 anos e sedimentado em primeiro lugar na relação de best-sellers em 18 países, com saldo de 41 milhões de cópias vendidas. Em outubro, na Feira do Livro de Frankfurt, o carioca de 61 anos recebeu honraria inédita: uma placa do Guinness pela incrível marca de 100 milhões de livros vendidos. A façanha é escorada em 67 traduções em 160 países.

O riso de Tezza
O catarinense Cristóvão Tezza arrebatou os principais prêmios literários com o romance ‘O filho eterno’, publicado pela Record, em julho de 2007, e já na segunda edição. O livro levou o Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, o Jabuti de melhor romance, o Prêmio São Paulo de Literatura, o Bravo de livro do ano e o da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor obra. Nela, o narrador descreve, em primeira pessoa, o choque e a vergonha de ter um filho com síndrome de Down, numa época em que diferenças ainda não eram tema de campanhas de direitos. Uma lembrança cruel lhe rende certo alívio: pensar que essas crianças acabam morrendo cedo. É o 13º livro de Tezza, lançado também na Itália e em Portugal e com editoras contratadas na França, Espanha, Holanda, Austrália e Nova Zelândia.

Nobel de ruptura
O francês Jean-Marie Gustave Le Clézio foi o ganhador do Nobel de Literatura, anunciado em outubro. “Escritor de ruptura, da aventura poética e do êxtase sensual, é um explorador da humanidade além e abaixo da civilização reinante”, justificou a Academia Sueca, que concede prêmio equivalente a R$ 3,4 milhões. Com sina de viajante, o escritor se consagrou com o romance Désert, mas tem também, entre os destaques em sua obra os títulos La fièvre, L’extase matérielle, Terra amata e outros. No Brasil, foram traduzidos O deserto, A procura do ouro, A quarentena, Peixe dourado, O africano e Ballaciner.

Diálogos em Paraty
Na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), 42 autores brasileiros e estrangeiros se reuniram para debater os diálogos da literatura com áreas como cinema, teatro e quadrinhos. Neil Gaiman, criador de Sandman, levou à pequena cidade fluminense o público mais jovem a participar da Flip. O britânico Tom Stoppard, autor de peças inéditas no Brasil, a psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco, biógrafa de Jacques Lacan, e a cineasta argentina Lucrecia Martel estiveram à frente das sessões mais disputadas da festa, ao lado de Gaiman. A literatura de origem africana ganhou destaque com a presença do angolano Pepetela e da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Em 2008, nenhum Nobel visitou a Flip, mas houve aposta em revelações da produção contemporânea, como o americano Nathan Englander e o alemão Ingo Schulze. Entre os homenageados, Machado de Assis, tema de peças e de brilhante palestra de Roberto Schwarz.

Safra de ouro
Há escritores que não param de trabalhar e chegam a lançar quase um livro por ano. É o caso de Philip Roth, que em 2008 teve editado por aqui ‘Fantasma sai de cena’ e, nos Estados Unidos, ‘Indignation’. Para 2009, está no prelo The humbling. José Saramago, depois de passar por grave doença, completou 86 anos enquanto divulgava no Brasil seu novo romance, ‘A viagem do elefante’. De Salman Rushdie, saiu ‘A feiticeira de Florença’. De Peter Carey, ‘Roubo – Uma história de amor’. ‘A estrada’, de Cormac McCarthy, de 2007, chegou ao Brasil neste ano. De Amós Oz, ‘Rimas da vida e da morte’. De William Boyd, ‘As aventuras de um coração humano’. ‘Homem no escuro’, de Paul Auster. ‘Diário de um ano ruim’, de J.M. Coetzee. ‘História do pranto’, de Alan Pauls. ‘A cidade das palavras’, de Alberto Manguel. Entre os autores em língua portuguesa, também muita coisa importante chegou: ‘Rio de flores’, de Miguel Sousa Tavares; ‘Predadores’, de Pepetela; ‘Nação crioula’, de José Eduardo Agualusa; ‘A eternidade e o desejo’, de Inês Pedrosa; ‘Venenos de deus, remédios do diabo’, de Mia Couto; e, de Gonçalo M. Tavares, ‘Histórias falsas’ e ‘O senhor Walser’.

Fonte: Correio Braziliense

sábado, 4 de outubro de 2008

As mudanças na língua portuguesa

A corrida para edição de livros nas editoras já começou. O Ministério da Educação deu prazo de até 2010 para a adaptação. O fim do trema e mudanças no uso do hífen estão entre as novidades.

domingo, 3 de agosto de 2008

Café e atletas

A prática de exercícios tornou-se uma rotina comum e saudável na sociedade moderna, sendo a corrida a forma mais comum. Outras atividades como natação, ciclismo, futebol, vôlei, basquete e esportes com raquetes (tênis, "squash") envolve um número enorme de participantes. Este exercício soma-se ao gasto energético efetuado nos locais de trabalho do ser humano, sendo menor nas sociedades sedentárias. Antes da Revolução Industrial, o trabalho braçal humano era responsável por 30 % da energia gasta nas fábricas e no campo. Na atualidade, nos países ricos e nas camadas dominantes dos países pobres, este gasto energético equivale a menos de 1%. Isto criou a forma sedentária de vida, algo recente na história da humanidade, acostumada a uma intensa atividade física em sua evolução. Um grande número de doenças podem ser influenciadas pelo exercício, como asma ou mesmo prevenidas em sua ocorrência, como problemas cardiovasculares.O exercício pode ser dividido em isométrico e isotônico dependendo do tipo de atividade muscular realizada. Na contração isométrica ocorre um aumento na tensão muscular sem uma mudança significativa no comprimento da fibra muscular. Nenhum trabalho externo é realizado, mas energia é gasta de forma substancial, como no halterofilismo. Em contraste, o exercício isotônico envolve o encurtamento das fibras musculares com pouco aumento na tensão, como na natação, no ciclismo ou nas corridas. A maioria dos outros exercícios envolve elementos isotônicos e isométricos.O exercício isométrico e o isotônico diferem substancialmente nos seus efeitos fisiológicos. O exercício isométrico aumenta a resistência vascular periférica de forma generalizada, ao mesmo tempo que causa um aumento na pressão sanguínea sistólica e diastólica com pouco aumento no volume sistólico e no débito cardíaco. No exercício isotônico, a resistência vascular periférica total cai, mas a freqüência e o débito cardíaco aumentam. A pressão sistólica aumenta significativamente, com pouca alteração da diastólica, o que causa um discreto aumento na pressão arterial média. O trabalho isométrico causa uma sobrecarga de pressão ao coração, enquanto que o exercício isotônico causa uma sobrecarga de volume. Os efeitos hemodinâmicos do exercício isométrico dependem de sua intensidade. Diferentes grupos musculares também causam diferentes alterações hemodinâmicos durante o exercício.Atividades com os membros superiores causam um maior aumento na freqüência cardíaca e na pressão sanguínea do que atividades com os membros inferiores, para um mesmo consumo de oxigênio ou idêntico trabalho realizado. O exercício isométrico aumenta a força e a massa muscular. Atletas competitivos podem ser bastante beneficiados pelos exercícios isométricos. Pacientes em reabilitação devido problemas musculoesqueléticos também podem ser beneficiados por exercícios isométricos para aumentarem sua força muscular, principalmente quando a imobilização articular limita exercícios dinâmicos. Entretanto, o exercício isométrico estático produz uma discreto condicionamento cardiovascular e as alterações circulatórias causadas pelo exercício isométrico podem ser prejudiciais ao paciente cardiopata. Por outro lado, o exercício isotônico dinâmico é mais benéfico e produz alterações cardiovasculares de adaptação úteis em atletas e em pacientes. Por isto, a melhor e mais saudável forma de exercício é a atividade dinâmica isotônica.O exercício físico pode trazer grandes benefícios psicológicos ao ser humano, produzindo estimulação e relaxamento psíquico. Uma melhora do humor, da auto-estima e da capacidade de trabalho tem sido observada em pessoas saudáveis e em pessoas submetidas a reabilitação cardíaca. Exercícios agudos aliviam a ansiedade e a tensão, embora a duração seja temporária por 2 a 5 horas. A atividade física reduz o risco de aparecimento de depressão e a incidência de depressão em pacientes com predisposição para tal, além de haver uma melhor capacidade de adaptação ao estresse.Durante o exercício físico ocorrem alterações nos níveis plasmáticos de monoaminas e de neuropeptídeos no sistema nervoso central, causando profundas mudanças nas funções neuroendócrinas. Inúmeras funções neurológicas, como respostas visuais evocadas, condução nervosa periférica e tempo de reação aumentam com um bom condicionamento físico, enquanto que os níveis de beta-endorfina plasmática aumentam no exercício aeróbico agudo. O treinamento físico também pode diminuir o catabolismo das endorfinas, sendo possível supor que as alterações nos níveis de peptídeos opióides endógenos mediados pelo exercício físico podem causar mudanças subjetivas e do humor do atleta, benéficas não apenas na atividade física, mas no perfil psicológico do individuo.Corredores de maratona e atletas de outras formas de exercício intenso aumentam os níveis de endorfina no cérebro, criando uma forma de auto-gratificação interna ("self-reward"). Isto faz com que o atleta treinado siga adiante ao atingir um ponto máximo de cansaço, que leva todas as pessoas sem treinamento a pararem por fadiga.Caso os atletas tomassem café diariamente durante os treinos, na dose mínima de 4 xícaras, é possível imaginar que os ácidos clorogênicos do café bloqueariam os receptores que são estimulados pelas endorfinas, peptídeos opióides cerebrais. Isto faria com que os neurônios do cérebro aumentassem sua descarga de endorfinas para trazer o estímulo necessário para o atleta prosseguir, atingindo a auto-gratificação num nível mais alto. Atletas assim treinados, teriam um cérebro trabalhando contra uma resistência a auto-gratificação. E quando esta resistência fosse retirada, certamente este cérebro estaria com uma maior capacidade de produzir a auto-gratificação. Deste forma, atletas treinados consumindo diariamente café, caso parassem de tomá-lo na véspera e nos dias de competição, poderiam ter sua performance aumentada de forma significativa, sem qualquer tipo de "doping". Apenas aumentando, além da capacidade dos músculos, a capacidade do cérebro de prosseguir mais além.
Darcy Roberto LimaPh.D em Medicina pela Universidade de Londres e coordenador científico do Projeto Café e Saúde.

domingo, 27 de julho de 2008

Casa de Autores reúne 19 escritores em torno de uma assessoria literária em Brasília

Brasília ganhou mais uma casa para enriquecer seu patrimônio: a Casa de Autores, grupo formado por 19 escritores que resolveram se unir para tratar em conjunto de questões literárias. A criação permanece individual, mas todo o resto recebe assessoria da livreira Iris Borges, vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro e com três décadas de experiência no setor: ela dirige uma distribuidora no DF, a Arco-Íris, participa da organização da Feira do Livro e freqüenta eventos literários mundo afora. “Faço essa ponte entre o escritor e as editoras para que o trabalho deles fique mais conhecido. Também entro em contato com as escolas para incentivar a leitura no DF”, resume a agente, que cuida de detalhes práticos como organização do original, contratos, direitos autorais, lançamentos, oficinas e palestras.

Dessa forma, o autor pode mergulhar em seus projetos, cada qual a sua maneira. Para uns, a ânsia de escrever aparece à noite, em plena madrugada, enquanto outros sentem que as idéias ficam mais clarinhas de manhã cedo. Há quem organize o pensamento ao mesmo tempo em que executa tarefas domésticas ou pratica exercícios. Muitos foram abençoados com a inspiração bendita quando tiveram filhos, graças ao eterno hábito de contar histórias. O “era uma vez …” torna-se prelúdio dos sonhos e a voz da mãe ou do pai, o acalanto perfeito.

Generosa, a casa acolhe gente sem preconceito de estilo ou de público. Nela cabem escritores de livros infantis, juvenis e adultos, em forma de conto, poesia ou romance. Graças à iniciativa de João Bosco Bezerra Bonfim e da professora da Universidade de Brasília Rosângela Vieira Rocha, que entraram em contato com Íris Borges em busca de assessoria literária, o grupo foi criado em janeiro deste ano. Desde então, tem reuniões mensais organizadas pela secretária, Josina Magalhães.

Um dos 12 livros de João Bosco, Romance do Vaqueiro Voador, ganhou prêmio de design gráfico, foi adaptado para o cinema por Manfredo Caldas e recebeu, em Toulouse, na França, o prêmio Signis, no 20º Festival de Cinema Latino-americano. João Bosco tem no gênero uma paixão: “Fui letrado no cordel”, orgulha-se o cearense, que costuma se apresentar a caráter, em trajes de vaqueiro. Já Clara Rosa Gomes carrega a boneca gigante Dona Maroca para fazer rir e pensar, enquanto pergunta Quem é o centro do mundo? , título do primeiro livro. As apresentações fazem parte da Vitrine de Autores, atividade planejada para despertar o desejo pelos livros e que pode ser programada em livrarias, bibliotecas, escolas, feiras. Nessas ocasiões, os escritores têm oportunidade de encenar, cantar, contar histórias, ler trechos de contos e poemas, autografar livros, enfim, sair da solidão em frente ao computador e festejar com o público.

Uma festa e tanto já está na agenda do pessoal: de 14 a 24 de agosto, 13 escritores da casa vão se apresentar na 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, preparado para receber 350 expositores nacionais e estrangeiros, num total de 900 selos editoriais e estimativa de 800 mil visitantes. Cinco autores lançarão suas obras: Alessandra Roscoe, Clara Rosa, Tatiana Oliveira, Vera Lúcia Dias e Wilson Pereira. Outra integrante, a jornalista Dad Squarisi, do Correio, fará palestra no espaço Fala, Professor. Cinco dias depois, todos comparecem em peso à Feira do Livro de Brasília, que ocorre de 29 de agosto a 7 de setembro, no Pátio Brasil Shopping. E muitos já sonham com a Feira do Livro de Bolonha, na Itália, em abril de 2009.

Confira aqui o quadro e a lista de autores

Fonte: Correioweb

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O ofício de livreiro

"Entre os mais humildes comércios do mundo está o do livreiro. Embora sua mercadoria seja a base da civilização, pois é nela que se fixa a experiência humana, o livro não interessa ao nosso estômago nem à nossa vaidade. Não é, portanto, compulsoriamente adquirido. O pão diz ao homem: ou me compras ou morres de fome; o batom diz à mulher: ou me compras ou te acharão feia. E ambos são ouvidos. Mas se o livro alega que sem ele a ignorância se perpetua, os ignorantes dão de ombros, porque é próprio da ignorância sentir-se feliz em si mesma, como o porco com a lama. O livreiro vende o artigo mais difícil de vender-se. Qualquer outro lhe daria maiores lucros; ele o sabe e heroicamente permanece livreiro. E é graças a esta generosa abnegação que a árvore da cultura vai aos poucos aprofundando as suas raízes e dilatando a sua fronde. Suprima-se o livreiro e estará morto o livro - e com a morte do livro retrocederemos à idade da pedra, transfeitos em tapuias comedores de bichos de pau podre. A civilização vê no livreiro o abnegado zelador da lâmpada em que arde, perpétua, a trêmula chamazinha da cultura."
(Monteiro Lobato)

terça-feira, 15 de julho de 2008

10 de julho de 2008: 10 anos da Cotidiano!

Foi em 1997, em uma viagem à Europa, que Ednilce Arantes se encantou com as livrarias e cafés franceses, onde o cliente tinha a liberdade de ler um livro sem compromisso, tomar um café, bater um papo... De volta ao Brasil, a vontade de fazer algo igual não saía de sua cabeça, e no final desse ano, veio o empurrão que faltava: a aposentadoria. E com ela, o tempo para procurar um local adequado, fazer o projeto, começar a obra, e por fim, inaugurar a loja!
Em 10 de julho de 1998, era inaugurada na 201 sul, próxima ao Setor de Autarquias, a primeira Cotidiano, livraria de conveniência, que nos primeiros anos funcionou por 24 horas.


Arte: Jornal Correio Braziliense

A Cotidiano sempre foi um ponto de encontro de amigos e familiares. Foi ali, por exemplo, o primeiro emprego de quase todos os filhos e amigos dos filhos da proprietária (que, carinhosamente, apelidaram a loja de "Coti"). Ali também os amigos se encontravam depois da balada para tomar o último lanche da noite. Os insones eram assíduos freqüentadores nos tempos em que a livraria funcionou por 24 horas.
Em 2001, a ameaça do apagão forçou a loja a fechar durante as madrugadas, e estabeleceu-se novo horário: até meia-noite, diariamente. Ruim para os notívagos, ainda bom para pais cujos filhos avisavam, de última hora, sobre aquela cartolina para o trabalho de escola... Corriam todos para a salvadora "Coti".
Em 2003, a livraria ganhou um café maior e um salão para exposições de arte e eventos culturais, tornando-se palco de saraus literários, lançamentos de livros, exposição de fotos e espaço para reuniões de executivos e aulas de inglês, sem perder a característica de ponto de encontro.
"Economia, negócios, filosofia e história são os temas mais procurados", explica Samuel Arantes, que com a ampliação passou a trabalhar em tempo integral na loja, tornando-se seu administrador.
A parceria de sucesso mãe-e-filho foi uma das lojas pioneiras do Shopping Deck Norte, no Lago Norte, em 2007, com a abertura da "Coti Deck", ou "Coti 2"; e Cotidiano Expresso, boutique exclusiva de cafés gourmet. No espaço do Lago Norte são realizadas todas as 2as feiras produtivas palestras de filosofia, ministradas pelo PhD Nelson Lehmann.

Foram 10 anos de muito trabalho, muito suor, dedicação exclusiva, algumas lágrimas (quase todas de emoção), muitas risadas, fortalecimento de antigas amizades e criação de novas, apoio à cultura e ao esporte de Brasília (a Cotidiano é patrocinadora do campeonato local Turmafut - http://www.blogger.com/www.turmafut.com, onde Samuel Arantes também atua como blogueiro, analisando os fatos da semana), e principalmente, amor aos livros.

Que venham os próximos 10, e mais 10, e mais 10!!!




Da esquerda para a direita: fachada da Cotidiano da 201 sul; Ednilce Arantes, proprietária, na inauguração em 10/07/1998; o espaço da livraria antes da ampliação em 2003; a primeira equipe, formada pelos filhos e amigos dos filhos da proprietária; matéria do jornal Correio Braziliense sobre a abertura 24 horas; Ednilce com o poeta Cassiano Nunes; a fachada da filial do Lago Norte; família reunida na inauguração da loja do Lago Norte; Samuel trabalhando na Cotidiano Espresso, boutique exclusiva de cafés gourmet da Cotidiano.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Retrospectiva Fotográfica da FLIP 2008

Retrospectiva em fotos.
As ruas de pedra do centro histórico de Paraty, apelidadas pela população local de “pé de moleque”, se transformaram durante os cinco dias da FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty - num efervescente e animado ponto de encontro de amantes da literatura. No meio dessas vias estreitas, nos restaurantes e nos bares, durante todo o dia era freqüente se deparar com algum dos escritores brasileiros e estrangeiros que participaram das 19 mesas da programação e que reuniram, ao todo, quarenta autores – 22 brasileiros e 18 estrangeiros. Ao apresentar o balanço do evento, Mauro Munhoz, diretor geral da FLIP, informou que a tenda dos Autores e a do Telão receberam, juntas, cerca de 35 mil espectadores. Neste ano, a difusão do conteúdo proveniente dos depoimentos dos escritores ganhou um importante apoio, que possibilitou ampliar a abrangência e a mobilidade do acesso. Pela primeira vez, as mesas foram transmitidas online, com uma audiência que, já no segundo dia, aproximou-se das 4 mil visitas. Também foi criado um blog e postados vídeos no youtube.A importância da iniciativa para a literatura foi igualmente destacada no balanço de encerramento. “A FLIP é a melhor porta de entrada de um autor no Brasil”, destacou Flávio Moura, diretor de programação da FLIP 2008 e que terá o mesmo papel na edição do ano que vem. “A FLIP é cada vez mais uma chancela fundamental que orienta o que vale e o que não vale a pena ler”, completou.

domingo, 6 de julho de 2008

Debates Filosóficos: sempre às 2as feiras

"Origens de Nossas Idéias"
Debates Filosóficos / Série de Palestras
Todas as 2as feiras a partir de 20h com o Professor Nelson Lehmann - PhD
Local: Cotidiano Livraria - Shopping Deck Norte-Lago Norte
A participação é gratuita, mas solicitamos inscrição prévia: cotidiano.livraria@gmail.com
ou em nossa lojas:
*Cotidiano Livraria - Deck Norte Shopping
CA 01, Bloco A Lj 12/13 Lago Norte
Tel. : 3468-4302
*Cotidiano Livraria - 201 sul
CLS 201 , Bloco C , Lojas 15/19 - Asa Sul
Tel. : 3224-3439

segunda-feira, 30 de junho de 2008

A Economia em Pessoa e em Machado

O economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, debruçou-se sobre a obra de dois dos maiores escritores em português para descobrir o que eles pensavam sobre economia.
Eles estão entre os autores mais consagrados da nossa língua: o português Fernando Pessoa e o brasileiro Machado de Assis. Ambos se tornaram célebres por abordarem as angústias, os desejos, expectativas e frustrações humanas. Mas Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, revela que Pessoa e Machado também se preocupavam com problemas, digamos, mais concretos. Ele reuniu em dois livros as opiniões sobre economia dos escritores. Em 'A Economia em Pessoa', discorre sobre as
idéias liberais do autor de Mensagem, e em 'A Economia em Machado de Assis' fala sobre o olhar oblíquo do acionista pessimista e irônico em Machado.
"Acho que Pessoa é pedagógico. São textos escritos num período de tempo curto, seis meses, de uma publicação mensal, em que ele quer ensinar economia e administração de empresa. Machado, não. Machado não queria ensinar economia a ninguém, era um observador, oblíquo, irônico. Nesse sentido, é uma observação muito mais leve, próxima do cidadão comum", diz Franco.
Fernando Pessoa costumava assinar seus poemas com nomes falsos, chegou a usar 70 heterônimos, mas era o seu nome verdadeiro que aparecia nos artigos sobre Economia, publicados em 1926, numa revista de comércio e contabilidade.
Entusiasta do progresso, da evolução industrial e comercial, Pessoa, segundo Gustavo Franco, antecipou temas como marketing e globalização. Para Pessoa, o comércio entre as nações também estimulava a troca de informações e idéias.
"Uma vez que meio o comércio traz pra dentro de casa multiculturalismo, traz outras influências sobre a cultura, que cria uma efervescência que, aliás, na época era bastante óbvia".
O poeta era contra a intervenção do estado na economia, como no trecho de Fernando Pessoa: "É, pois, evidente que quanto mais o estado intervém na vida espontânea da sociedade, mais risco há, se não positivamente mais certeza, de a estar prejudicando."
Já Machado de Assis levou para as "crônicas econômicas" a ironia presente em seus principais contos e romances.
Para Gustavo Franco, Machado tinha, em relação à economia, o mesmo olhar oblíquo que caracterizava uma de suas principais personagens, a Capitu de "Dom Casmurro".
"Machado nunca é assertivo... Nunca é defensor de teses nem polêmico, é sempre arrevezado, lateral, irônico, tem um olhar sobre o que é moderno que, às vezes, parece exaltar, às vezes criticar. Por conta disso, é mais aberto, o leitor tá sempre pensando no assunto. Ele é mais instigante".
Inspirado no "Sermão da Montanha", Machado de Assis chegou a escrever um "Sermão do Diabo", uma crítica a abusos cometidos por homens de negócios.
Ele chega a recomendar que se venda gato por lebre. E mais: "assim, se estiveres fazendo as tuas contas, e te lembrar que teu irmão anda meio desconfiado de ti, interrompe as contas, sai de casa, vai ao encontro de teu irmão na rua, restitui-lhe a confiança, e tira-lhe o que ele ainda levar consigo".
No site de Franco há disponíveis trechos de 'A Economia em Machado de Assis' e resenhas sobre 'A Economia em Pessoa'.
Gustavo Franco estará em Paraty durante a FLIP 2008. Na sexta-feira, dia 04/07, ele autografa o seu livro 'A economia em Machado de Assis' e conversa com o público sobre as crônicas que o escritor publicou em jornais da época, comentando, entre outras coisas, a situação econômica do período. Na Casa de Cultura de Paraty, às 18h. Imperdível!

Fonte: página de Gustavo Franco e de Jorge Zahar Editor. Texto de matéria do Jornal da Globo de 20/12/2007.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Pequenas Livrarias: Raros Refúgios

Quando não chega à livraria no horário de costume, Marisa Vasconcelos vai logo brincando com os funcionários, pedindo para não cortarem seu ponto. Freqüentadora do Café com Letras, a professora aposentada de 69 anos acredita que o ambiente de uma livraria faz toda a diferença. "Nas lojas pequenas, não tem aquela coisa de mil atendentes cercando você, a gente fica mais à vontade para olhar tudo. A relação é mais pessoal, você sabe quem trabalha lá, conhece outros clientes, conversa sobre livros. As livrarias dos shoppings parecem supermercados", compara. A relação afetiva de leitores como Marisa com livreiros e suas pequenas lojas vem ficando cada vez mais rara. Crises econômicas, baixas vendas, má administração e concorrência predatória são alguns dos motivos que levam uma livraria a fechar as portas. Ao longo das décadas, Brasília amargou a perda de diversos pontos de referência cultural – a Casa do Livro e a Livraria Presença são apenas dois bons exemplos. Entre mortos e feridos, as independentes continuam – mesmo que, entra ano, sai ano, uma delas não prossiga no mercado. "O advento das lojas de grandes redes deu uma baqueada nas livrarias menores. Elas conseguem barganhar descontos com os distribuidores que são impraticáveis para nós", aponta Samuel Arantes, 28 anos, administrador da Cotidiano Livraria de Conveniência. "Ninguém agüenta a competição. O mercado no qual trabalhamos é coisa de Dom Quixote", afirma Luíza Martins Neiva, 53, proprietária do Café com Letras, fazendo referência ao cavaleiro da triste figura que enfrentava moinho de vento. Se no quesito preço as grandes levam vantagem, as pequenas se diferenciam em outros aspectos. Acervo e atendimento são dois dos mais prezados pelos clientes. Proprietária do Rayuela Bistrô, Juliana Monteiro, 30, cita o exemplo de livros publicados por editoras alternativas, que muitas vezes não chegam às lojas maiores: "Há dois anos, eu estava atrás de obras de autores latino-americanos. Tive um título específico na loja, vendi e depois não encontrei mais em nenhum lugar. Como eu escolho o que entra na livraria, dou preferência a livros de giro mais lento, que podem até demorar a sair, mas um dia serão comprados", explica. A comodidade de ir a uma livraria longe do ambiente movimentado e barulhento dos shopping centers é outro ponto positivo das lojas de quadra. "Vendi muito bem na época do Dia dos Namorados. As pessoas entravam, escolhiam rapidamente –até porque minha loja é menor –, pagavam e iam embora", lembra Márcio Castagnaro, 36 anos, dono da Dom Quixote.
Fino atendimento
Na avaliação de Cida Caldas, 44 anos, proprietária do Sebinho, muitos de seus vizinhos da comercialda 406 Norte (área que se notabilizou pela concentração de livrarias) poderiam ter continuado na ativa. "Acho que falta gente entendida do assunto para trabalhar nas livrarias", aponta. Seus funcionários, por exemplo, são alunos do curso de Letras na Universidade de Brasília. "Notamos que o atendimento faz a diferença. Se o cliente for fidelizado, não vai nos trocar por umaloja de shopping", aposta. Tradicional ponto de venda de livros usados na cidade (há 22 anos no ramo), o Sebinho vem gradualmente procurando novidades para atrair a clientela. Parte de seu subsolo é usado para atividades culturais (palestras, cursos) e obras novas já podem ser encontradas nas prateleiras. "Percebi que se eu não tivesse um livro novo na loja, as pessoas comprariam em outro lugar", reconhece.
"As livrarias têm de encontrar seus nichos", arrisca Samuel Arantes, da Cotidiano – cujo destaque é o acervo de psicologia, história e filosofia. A loja também oferece serviços de cafeteria, cyber café e papelaria. "Nosso carro-chefe são os livros, mas eles são apenas 55% da loja", avalia.
O Rayuela, que começou como café e livraria, expandiu e hoje abriga também um restaurante. "Nossa intenção inicial era viabilizar a livraria com o café, mas vimos que não daria certo desta forma", acrescenta Juliana Monteiro. Luíza Martins Neiva defende a lei do preço fixo para livros: "Temos que brigar para que essa lei seja aprovada e colocada em prática". Para ela, a idéia de uma livraria pequena numa quadra comercial tem um quê de romântico. "Não posso dizer que a loja é rentável. Só continuo porque fechar a livraria seria como tirar um pedaço de mim", confessa. Márcio Castagnaro é mais otimista: "Se livro não fosse um bom negócio, as grandes livrarias não estariam vindo para Brasília. Se a concorrência aumenta, temos que trabalhar mais, pois a cidade tem um grande potencial". Caso atípico é o da Briquet de Lemos. "Abri a loja depois de aposentado e com os filhos criados. A poupança me permitiu montar a loja aos poucos, sem correr riscos de me endividar", explica o exprofessor de biblioteconomia Briquet de Lemos. Especializada em arte e arquitetura, a livraria logo conquistou sua fatia de mercado. "Mas foi preciso paciência, muita paciência", admite. Para ele, as lojas pequenas continuarão a existir: "As quitandas – onde os funcionários o atendem pelo nome – não foram destruídas pelos supermercados".


Fonte: Jornal Correio Braziliense de 22 de junho de 2008.



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23 de junho: Dia da Língua Portuguesa

Foto: © Nações Unidas - Símbolo da CPLP
No dia 23 de junho de 2008 o Diretor-Geral da UNESCO, Sr. Koïchiro Matsuura, se reuniu com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para celebrar o Dia da Língua Portuguesa na UNESCO. Este evento foi organizado pela terceira vez pelo grupo de Estados Membros da UNESCO pertencentes à CPLP.
Em seu pronunciamento, o Diretor-Geral enfatizou a significância particular desta celebração em 2008, por ocasião do Ano Internacional das Línguas, “que a promoção e a proteção de todas as línguas, a diversidade lingüística e o multilingüismo estão dentre as questões que dizem respeito às Nações Unidas”. O Sr. Matsuura lembrou que a língua portuguesa está classificada em quinto lugar dentre as línguas mais faladas do mundo e dispões de um status oficial nas várias organizações regionais e sub-regionais. “Esta celebração do Dia da Língua Portuguesa [...] feita de maneira honrosa, ecoa à estratégia da UNESCO para a promoção das línguas e do multilingüismo”, afirmou ele.
"O multilingüismo exprime de fato o respeito mútuo e reforça o diálogo intercultural. A aquisição do conhecimento de fatores lingüísticos ocupa um papel central para que cidadãos participem da vida social e política, do acesso ao saber, do exercício da liberdade de expressão, do usufruto dos direitos fundamentais e da plena participação na vida cultural. Sendo assim, a língua é um pilar real do desenvolvimento sustentável e um espelho da diversidade cultural, em respeito aos povos e seu meio ambiente".
O Diretor-Geral, então, evocou o slogan escolhido pela UNESCO para celebrar o Ano Internacional das Línguas: “As línguas importam!”. Expressando-se em português, o Sr. Matsuura concluiu sua fala citando o poeta português Virgílio Ferreira, "Uma língua é o lugar de onde vemos o mundo e de onde traçamos os limites de nosso pensamento e de nossa sensação".

Fonte: UNESCO Brasil

terça-feira, 17 de junho de 2008

Convite - Lançamento

"O Colecionador de Sombras", de João Batista Melo
Dia 24 de junho, na Cotidiano da 201 sul, a partir de 18h30
(clique na imagem)


Autor multi premiado e bastante respeitado por seus pares, João Batista Melo rompe um hiato de nove anos sem lançar com a publicação de O COLECIONADOR DE SOMBRAS. O livro é o quinto na carreira de 17 anos do escritor mineiro, o quarto de contos.
O título faz alusão a uma frase do escritor israelense Amós Oz, que no livro aparece como epígrafe, que fala que “até a sombra tem a sua sombra”. Melo diz que esse talvez seja um dos desafios do contista, enxergar o que os olhos comuns não conseguem apreender. “Nesse sentido, talvez minha obra tenha sempre buscado enxergar essa sombra que, muitas vezes, passa despercebida na vida real.”
Esteticamente, o novo trabalho dá prosseguimento aos livros anteriores. “Desde meu primeiro livro publicado, 'O Inventor de Estrelas', estou sempre em busca dessa releitura do ser humano e de suas experiências aparentemente banais. Tentando enxergar o que existe de poesia, ou de sombrio como é o caso de alguns contos de 'O colecionador de Sombras', o que está por trás dos sentimentos, mais do que os sentimentos em si, dos atores que vivenciam as tramas”, disse.
Alguns contos do livro apontam para o fantástico, gênero pouco explorado na literatura brasileira. O autor admite a influência em sua produção, mas apruma seu foco para um viés diferente do habitual no gênero. “Costumo dizer que o que me atrai não é o fantástico propriamente dito, mas a fronteira entre o real e o fantástico, aquele espaço misterioso no qual não se tem certeza se estamos diante de uma realidade científica e concreta ou de possibilidades imaginárias ou transcendentes.”
João Batista Melo nasceu em Belo Horizonte. Publicou o romance 'Patagônia' (Prêmio Cruz e Sousa) e os livros de contos 'As Baleias do Saguenay' (Prêmio Paraná e Prêmio Cidade de Belo Horizonte), 'O Inventor de Estrelas' (Prêmio Guimarães Rosa) e 'Um Pouco Mais de Swing'. Durante vários anos, atuou como crítico de cinema e de literatura em diversos jornais. Formado em Comunicação Social e mestre em Multimeios, dirigiu três curtas-metragens, um dos quais - Tampinha - premiado, em 2004, como melhor filme no festival Divercine, no Uruguai.
“(...) Melo demonstra possuir traquejo e imaginação prodigiosa ao compor frases e escolher palavras.” - Bernardo Ajzemberg, Folha de S. Paulo
“(...) o que sobressai é o texto altamente sofisticado e uma fértil imaginação.(...) Talvez a maior característica dos contos de João Batista Melo seja a oportunidade que dá ao leitor de completá-los com suas próprias vidas, tão fragmentadas e cheias de incertezas quanto as dos personagens.” - André Luis Mansur, O Globo

sábado, 14 de junho de 2008

16 de junho - Bloomsday

James Joyce

O que é Bloomsday?
Edson Aran
Fontes:
SuperInteressante e Recanto das Letras

O Bloomsday – Dia de Bloom – é comemorado anualmente em 16 de junho pelos admiradores do escritor irlandês James Joyce e do seu livro mais famoso, Ulisses, um romance numa linguagem tão cheia de realismo e inovações que é considerado por muitos a obra literária mais importante do século XX. A ação do romance, que é uma sátira ao clássico 'A Odisséia', do poeta grego Homero, se passa em um único dia: 16 de junho de 1904, em Dublin, Irlanda. Leopold Bloom, o protagonista, repete o mesmo trajeto do herói Ulisses: encontra sereias, ciclopes, feiticeiras, enfrenta a ira dos deuses e consegue retornar ileso para casa. Mas Ulisses é um romance realista. As figuras mitológicas estão disfarçadas de pessoas comuns. As batalhas épicas se resumem a episódios do dia-a-dia.
Em 16 de junho de 1904, em Dublin, Irlanda, James Joyce estava num momento complicado em sua vida: a mãe tinha morrido, deixando nove irmãos para criar. Não podia contar com o pai, pois este estava endividado até o pescoço. James morava num quarto alugado, onde praticava piano e escrevia um gigantesco romance autobiográfico. Tímido, cheio de fantasias sexuais e perseguido pelo moralismo cristão, era do tipo que nunca arranjava namorada. Porém, no dia 10 de junho de 1904 ele tinha visto na rua uma jovem alta, de cabelo castanho-avermelhado, que caminhava com passos decididos. Puxou conversa com ela e percebeu que, mesmo longe de ser uma intelectual, ela era inteligente e bem-humorada. Marcaram um encontro, que ocorreu no dia 16. O que aconteceu entre os dois nesse dia foi o bastante para que James Joyce escolhesse a data de 16 de junho como o dia descrito em seu maior livro. A mulher se chamava Nora Barnacle, e tornou-se a esposa de Joyce, acompanhando-o até sua morte, em 1941. A personalidade de Nora foi transposta para a mulher de Bloom, Molly, a quem cabe o monólogo final do livro.
Em 2003, o livro foi adaptado ao cinema com o filme
Bloom.
A comemoração do Bloomsday começou em 1924, quando amigos ofereceram uma festa ao escritor, que estava com problemas de visão e vivia em dificuldade.
Em 1954, a festa passou a ser regular em Dublin, com fãs se reunindo para beber e celebrar. Hoje, o Bloomsday é comemorado em Nova York, Washington, Melbourne, Sydney e algumas cidades do Brasil, como
São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Curitiba. Aqui, a data começou a ser celebrada em 1988 por iniciativa do poeta e tradutor Haroldo de Campos, um dos fundadores da Associação Brasileira dos Amigos de James Joyce. Nas comemorações do "Bloomsday", os admiradores de Joyce lêem trechos do "Ulisses", cantam baladas folclóricas irlandesas, promovem conferências, bebem cerveja. Celebram as coisas boas da vida, coisas que foram amadas por Joyce: música, literatura, sexo e bebida.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Debates Filosóficos - agora às 2as feiras

Origens de Nossas Idéias

Debates Filosóficos
Série de Palestras

Dia 16 de junho a partir de 20h

“Visão Política do Cristianismo”

com
Professor Nelson Lehmann - PhD

Cotidiano Livraria - Shopping Deck Norte-Lago Norte

Faça sua Inscrição Gratuita
cotidiano.livraria@gmail.com

ou em nossa lojas:

Cotidiano Livraria - Deck Norte Shopping
CA 01, Bloco A Lj 12/13
Lago Norte
Tel. : 3468-4302

Cotidiano Livraria - 201 sul
CLS 201 , Bloco C , Lojas 15/19 - Asa Sul
Tel. : 3224-3439


domingo, 8 de junho de 2008

Festa Literária Internacional de Paraty apresenta programação oficial


A Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, divulgou na quarta-feira (04/06) sua programação oficial para a edição 2008, que acontece na cidade litorânea do estado do Rio entre os dias 2 e 6 de julho. Pela primeira vez, haverá transmissão simultânea do evento pela internet. Segundo seus organizadores, procurou-se neste ano o diálogo da literatura com áreas como psicanálise, história, quadrinhos e cinema.
Os destaques do festival, que está em sua sexta edição, são o dramaturgo britânico de origem tcheca
Tom Stoppard (conhecido pela peça "Rosencrantz e Guildenstern estão mortos" e pelo roteiro de "Brazil - o filme"), o quadrinista Neil Gaiman (de "Sandman"), o holandês Cees Nooteboom (de "Paraíso perdido", autor sempre cotado para o Prêmio Nobel), o romancista alemão Ingo Schulze ("Celular") e a cineasta argentina Lucrecia Martel, de "O pântano" e "A mulher sem cabeça", que estreou no último Festival de Cannes.
"São grandes nomes e que apontam para vários lados", afirmou Flávio Moura, diretor de programação da Flip. "Todas essas áreas, em contato com a literatura, enriquecem o evento e não desviam o seu foco."
Moura citou como exemplo de diálogo entre diferentes áreas, mas com elementos em comum, a mesa no dia 5 de julho que terá Neil Gaiman - além de autor de HQs, roteirista e romancista - e o norte-americano
Richard Price. Este último escreveu "Lush life", cujas páginas, segundo a revista "New Yorker", tinham alguns dos melhores diálogos da literatura contemporânea. Ele também é roteirista e foi indicado ao Oscar pelo filme "A cor do dinheiro" (1986).
Cees Nooteboom, anunciado como uma das grandes estrelas desta edição, curiosamente criou em seu último romance uma protagonista brasileira, Alma. Ela é uma garota de classe média que tenta superar o trauma de ter sido estuprada na favela de Paraisópolis, em São Paulo. Nooteboom divide a mesa com o colombiano
Fernando Vallejo, conhecido pelo retrato que faz da violência em seu país e por ter dito que renunciaria a sua nacionalidade se Alvaro Uribe fosse eleito presidente da Colômbia - Uribe ganhou a eleição e Vallejo obteve no ano passado a nacionalidade mexicana.
Outro ponto importante na Flip deste ano será a referência aos 100 anos da morte de Machado de Assis, e mesas com Roberto Schwarcz, Flora Sussekind, Luiz Fernando Carvalho e Sergio Paulo Rouanet. O diretor de programação Flávio Moura diz será "uma homenagem comedida, crítica e equilibrada", pela diversidade de opiniões sobre Machado no meio acadêmico.
Mauro Munhoz, presidente da Associação Casa Azul, que organiza a Flip, disse que neste ano haverá a transmissão simultânea de todas as mesas pela internet. Os detalhes ainda serão divulgados posteriormente, de acordo com ele, já que aspectos técnicos ainda estão sendo definidos.
Um show do cantor Luiz Melodia fará a abertura oficial do evento, no dia 2 de julho. Espera-se para este ano um público de 15 mil a 20 mil pessoas em Paraty. Os ingressos começam a ser vendidos no próximo dia 10 (pela internet no site
www.ingressofacil.com.br) e custam R$ 25 (auditório) e R$ 7 (telão).

Veja abaixo a programação principal da Flip 2008:

2 de julho (quarta)
19h - A poesia envenenada de Dom Casmurro, com Roberto Schwarz
21h - Show de Luiz Melodia

3 de julho (quinta)
10h - Primeiro tempo, com Adriana Lunardi, Emilio Fraia, Michel Laub e Vanessa Barbara
11h45 - O espelho, com a psicanalista Elisabeth Roudinesco
15h - Retrato em preto-e-branco, com Carlos Lyra e Lorenzo Mammi
17h - Conversa de Botequim, com Humberto Werneck e Zico Sá
19h - Admirável mundo velho, com o historiador Tony Judt

4 de julho (sexta)
10h - Formas breves, com Ingo Schulze, Modest Carone e Rodrigo Naves
11h45 - Ficcções, com João Gilberto Noll e Lucrecia Martel
15h - Os fuzis, com os jornalistas caco Barcellos e Misha Glenny
17h - Estética do frio, com Martín Kohan, Nathan Englander e Vitor Ramil
19h - Veludo Cotelê, com David Sedaris

5 de julho (sábado)
10h - Guerra e paz, com Chimamanda Ngozi Adichie e Pepetela
11h45 - A mão e a luva, com Neil Gaiman e Richard Price
15h - Fábulas italianas, com Alessandro Baricco e Contardo Calligaris
19h - Shakespeare, utopia e rock 'n roll, com Tom Stoppard

6 de julho (domingo)
10h - Os livros que não lemos, com Marcelo Coelho e Pierre Bayard
11h45 - Sexo, mentiras e videotape, com Cíntia Moscovich, Inês Pedrosa e Zoë Heller
15h - Papéis avulsos, com Flora Süssekind, Luiz Fernando Carvalho e Sergio Paulo Rouanet
17h - Folha seca, com José Miguel Wisnik e Roberto Damatta
19h - Livro de cabeceira, convidados da Flip 2008 lêem trechos de seus livros prediletos



Pelo 3o ano consecutivo, a proprietária da Cotidiano Livraria, Ednilce Arantes, irá a FLIP. Aguarde fotos e relatos neste blog!


A história de Fernando Pessoa na Globo News


A série “Fernando Pessoa, o poeta fingidor”, estreou dia 01/06, domingo, às 23h, na Globo News (NET canal 40). Todo produzido em Lisboa e arredores, o trabalho do repórter Claufe Rodrigues pretende dar uma visão mais ampla e profunda sobre um dos maiores escritores de todos os tempos.

A série está dividida em três episódios: O mito, O homem, O poeta. Se você já gosta do autor de Mensagem, vai saborear histórias interessantíssimas e apaixonantes sobre o poeta fingidor. Se ainda não é fã dele, não sabe o que está perdendo!

Aos domingos de junho, no canal Globonews, às 23h.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Vai chover poesia em Brasília


Vivemos mergulhados em um oceano de informações, a maior parte delas nos incitando ao consumo, ou noticiando acontecimentos desagradáveis, como violência, corrupção, devastação...
Diante de todo esse ruído, a poesia é um hiato, é música para os ouvidos e um alento para a alma. Ela pode nos acalmar, resgatar o nosso lado humano. Por isso pode também ser fator de integração, de promoção da Paz e da Solidariedade entre os Povos.

O serviço de "meteoropoesia" informa que vai chover emoção em Brasília. Nessa precipitação "poemológica", serão mais de 1.000 poesias lançadas ao o ar em balões de gás, que subirão ao sabor dos ventos da PAZ até que a gravidade do amor encontre espaço nos jardins, parques e casas com farta distribuição de alegria e sonhos.

Aos que amam ler e escrever, o presidente-fundador do Prêmio Nosside Internacional, Professor Pasquale Amato, a Câmara do Livro do Distrito Federal e a Biblioteca Nacional convidam para participar do lançamento oficial de três grandes festas da poesia do livro e da leitura. Trata-se da XXVII Feira do Livro de Brasília; da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília (BIP); e do inédito XXIV Prêmio Internazionale di Poesia Nosside 2008 - Viagem do Nosside, de Reggio Calábria para o Mundo, que acontecem simultaneamente no dia 19 de junho, no Museu Nacional de Brasília.

Para os poetas também fica o convite para fazerem parte dessa chuva literária. Consulte o regulamento abaixo e enviem seus trabalhos. Teremos prazer em recebê-los em mais este evento de promoção da poesia.

Regulamento

1. Poemas com, no máximo, 17 linhas, corpo 12, e 30 caracteres. Ao pé, uma pequena biografia, com no máximo, três linhas.

2 . A idéia é editar uma coletânea com esses textos, cujos exemplares serão doados às pessoas que resgatarem os balões com seus respectivos textos. Aos poetas e escritores participantes da ação que se mostrarem previamente interessados os livros, que terão tiragem limitada, serão vendidos ao preço de custo.

3 . A publicação na Antologia não comportará ganhos ou direitos para os autores, motivo pelo qual cada concorrente, ao enviar a poesia se liberará dos próprios direitos de autor para a publicação de sua obra na Antologia Chuva de Poesia. Entretanto, continuará proprietário de seus direitos de autor para quaisquer outras publicações individual ou coletiva posterior à Antologia.

Vai chover emoção em Brasília
Hoje, ao sair de casa, não leve guarda chuva
O serviço de metereopoesia informa:
Vai chover poesia!
Espero que seja um temporal de idéias, emoções e sentimentos.
Trovas e trovoadas e diversos relâmpagos de rimas (ou não)
Que as calhas entupam e dê goteiras nas casas
Que adubem a terra para que brote a paz.
Queremos ver crianças, adultos e idosos se encharcarem
Sem medo de ficarem doentes
Veremos o povo lavando a alma nas águas da poesia,
Hoje o ar vai estar cheio de poesia
Vai ter enxurrada de palavras pelas ruas
Nessa precipitação poemológica subirão poesias em balões de gás ao sabor dos ventos
Lá no alto, o piloto vai informar à torre: estou passando por nuvens carregadas de Drummond, Vinicius, Thiagos, Cassianos, Andersons, Mirandas, Santiagos, TTs, Taveiras, Salomãos, Fernandos, Veras, Turibas, Nicolas, Angélicas, Joanirs, Heitores, Marinos, Cacás, Andrés, Sylvias, Robsons, Cagianos, Amneres, Mousinhos, Meires...
A poesibilidade é boa e o céu é de poetas.
Ao sair de casa olhe no jardim, olhe no telhado, olhe na praça, olhe na rua por onde estiver passando.
Ao ver um balão branco como as nuvens, dentro tem uma poesia que caiu do céu para você!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Barca Poética

O grupo poético Oi Poema de Brasília inaugura a Barca Brasília Poética com um recital-happening em pleno Lago Paranoá. O Grupo é composto por Cristiane Sobral, Luis Turiba, Amneres, Nicolas Behr e Bic Prado e ainda contará com a participação especial do cantor e violonista Paulo Djorge.
O espetáculo A Barca Poética tem uma hora e meia de duração e os poetas recitarão e cantarão textos e músicas de suas autorias sobre vários temas, como lendas de Brasília, natureza, samba, negritude, linguagem poética entre outros. Ao longo do passeio, inúmeras surpresas animarão o happening que começará durante o pôr-do-sol.
O Oi Poema é um encontro de poetas brasilienses, existe há cinco anos e será uma das atrações da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, que acontecerá no segundo semestre deste ano.

Serviço:

Dias: 17/05 (sábado) e 18/05 (domingo).
Saída da Barca: 17h.
Cais do Bay Park Hotel: SHTN Trecho 02 Lote 05.
Valor do passeio: R$ 40,00 por pessoa.
Couvert artístico: R$ 10,00 (comidas e bebidas à parte).
Classificação indicativa: 16 anos.

Fonte: Site Candango

Livro coletivo dá largada para Bienal em SP

O suspense começa quando o computador ganho por um jovem de 15 anos --filho de um eletricista com uma caixa-- tem sua casa arrombada e o presente furtado. Fora o evidente prejuízo financeiro, a máquina levava os textos, quase completos, do rapaz que sonhava em ser escritor sobre uma história que ocorre na vizinhança.
É com a continuação desta trama, assinada pelo escritor e médico Moacyr Scliar que a 20º Bienal Internacional do Livro de São Paulo quer começar a chamar a atenção para sua próxima edição, que ocorre entre 14 e 24 de agosto.
A história de Scliar será continuada por leitores, que devem sucessivamente dar sugerir novos capítulos para os que forem selecionados pela comissão organizadora. O site www.livrodetodos.com.br fica desabilitado até o início do concurso, na próxima sexta-feira (16/05).
A iniciativa se estende até o dia 16 de junho e o livro final, com os capítulos feitos pelos leitores será publicado pela Imprensa Oficial e terá seu lançamento na 20º edição da bienal.
Segundo os organizadores, os novos candidatos a completar a história devem ter das 14h às 24h para enviar sua continuação da história. A partir de então, a equipe comandada pelo jornalista Almyr Gajardoni escolhe o texto, que é publicado para dar continuação à trama.
Gajadoni afirmou que não, há, a princípio, uma proibição para uso de expressões típicas da internet. "Em algum momento o personagem vai falar com seus amigos e pode usar MSN, formas de expressão da internet, se estiver dentro da história, sem problema, pode até ser muito interessante", afirmou o jornalista, que a princípio conta com uma equipe de seis pessoas para auxiliá-lo na seleção dos textos que devem ater até 8.000 caracteres.
Scliar disse que não tomou nenhum cuidado específico com o texto para internet, mas que pensou em um leitor-escritor juvenil, mais ou menos da mesma idade de seu personagem.
"Eu espero uma participação grande deste público. Fora literatura infantil, eu cresci com a idéia errada de que literatura é uma coisa para adulto e cada vez mais vemos que é algo dos jovens", afirmou o escritor.
Neste ano, a Bienal do Livro ocorre no Pavilhão de Exposições do Anhembi e comemora os 200 anos da indústria do livro do país, marcada pela chegada de D. João 6 e a família real portuguesa em 1808. O evento deve reunir 350 expositores nacionais e estrangeiros, representando mais de 900 selos editoriais.

Fonte: Folha de São Paulo

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A Biblioteca Perfeita, segundo o jornal inglês Daily Telegraph

No começo de abril, o jornal Daily Telegraph publicou uma lista de 110 livros que formariam o acervo perfeito.
A lista está dividida entre os clássicos, poesia, ficção científica, romances, livros infantis e biografias, entre outros.
Link, em inglês, para a lista: http://www.telegraph.co.uk/arts/main.jhtml?xml=/arts/2008/04/06/nosplit/sv_classics06.xml

Real Gabinete completa 171 anos

Uma biblioteca encantadora que começou a ser formada por imigrantes está completando 171 anos. O Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.
Os edifícios modernos do centro do Rio não escondem o palacete imponente. As estátuas dos navegantes portugueses guardam a fachada em detalhes que parecem bordados na pedra.
O Real Gabinete Português de Leitura foi fundado em 1837 e é o abrigo da maior biblioteca de livros portugueses fora de Portugal. São 380 mil volumes e obras raras. Um espaço aberto tanto para a pesquisa quanto para o prazer de ler.
Em homenagem aos 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil, uma exposição mostra as primeiras publicações da Imprensa Régia, fundada no Rio de Janeiro por d. João VI. São tratados comerciais e conjuntos de leis e decretos do príncipe regente.
Até 1808, livros e jornais não podiam ser feitos na colônia por ordem da coroa portuguesa.
Hoje, os tesouros preservados são fontes de conhecimento para estudantes e professores do Brasil e de Portugal.
Entre as obras raras, uma primeira edição dos Lusíadas de Camões, de 1572, e manuscritos de autores portugueses e brasileiros, como uma peça de Machado de Assis, que era assíduo freqüentador da biblioteca.
Aos 171 anos, o Real Gabinete vai construir, ao lado do antigo palacete, um moderno centro cultural. Quer atrair um público mais jovem, manter Brasil e Portugal ligados pela internet e perpetuar a união cultural entre os dois países.
“Criar uma dinâmica nova para o gabinete ao invés de ser apenas uma biblioteca. Ele passa a ter um centro de estudos, um pólo de pesquisa. Então, isso é muito importante para atrair as novas gerações”, declarou o presidente da biblioteca Antonio Gomes da Costa.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Passeata literária lembra os cem anos da morte de Machado de Assis

Os participantes da passeata, ocorrida no Rio de Janeiro em 17/04, distribuíram poemas e livros de Machado de Assis, em uma demonstração de carinho pelo maior cronista carioca da virada do século XIX para o século XX.

terça-feira, 22 de abril de 2008

23 de abril - Dia Mundial do Livro

O livro constitui um meio fundamental para conhecer os valores, os saberes, o senso estético e a imaginação humana. Como vetores de criação, informação e educação, permitem que cada cultura possa imprimir seus traços essenciais e, ao mesmo tempo, ler a identidade de outras. Janela para a diversidade cultural e ponte entre as civilizações, além do tempo e do espaço, o livro é ao mesmo tempo fonte de diálogo, instrumento de intercâmbio e semente do desenvolvimento.
Por todos esses motivos, a UNESCO celebra a cada dia 23 de abril o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, do qual, anualmente, participam uma centena de países e vários milhões de pessoas. O Dia, dedicado a promover o universo da leitura e da escrita e o do direito de autor, intimamente relacionado com ambas, busca valorizar as múltiplas dimensões do livro: criativa, industrial, normativa, política, nacional e internacional.
A escolha da data não foi a toa: foi nesse dia que morreram, em 1616, Miguel de Cervantes, William Shakespeare e Inca Garcilaso de la Vega. Nessa mesma data nasceram autores como Maurice Druon, K.Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla e Manuel Mejía Vallejo. A celebração mais tradicional se dá na Espanha, onde homens e mulheres trocam nas ruas flores e livros, repetindo a lenda de São Jorge e a Princesa Marguerita.
Praticamente todo o mundo celebra a data. Neste ano, no Chile, haverá uma festa de 8 dias, com milhões de livros expostos ao ar livre. Na Colômbia tem início a 21ª Feira Internacional do Livro de Bogotá, um dos mais importantes eventos literários da América Latina. No ano passado, o evento recebeu mais de 370.000 visitantes. No dia 23, Bogotá passa o título de Capital Mundial do Livro à cidade de Amsterdã (Holanda). Outros países contam com iniciativas para comemorar a data em 2008.
Aqui no Brasil, várias cidades também celebrarão a data. Porto Alegre fará a Noite do Livro, em 22/04; a Biblioteca de Manaus doará livros; a Rádio Educativa FM, de Ribeirão Preto, vai celebrar a data lendo poemas e artigos que falam sobre o Dia Mundial do Livro e sua origem; no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza, haverá contação de histórias.
A Associação Nacional de Livrarias (ANL) defende a criação da Lei do Preço Único do livro no Brasil. Ela estabelece um patamar para os descontos concedidos na comercialização entre editoras e livrarias. Para Vítor Tavares, presidente da ANL, desta forma, pequenas e grandes livrarias poderiam concorrer de forma mais leal, pois os preços ficariam mais competitivos. Segundo ele, hoje, as maiores livrarias conseguem vender obras mais baratas por ganhar mais descontos devido ao grande volume que podem comprar das editoras. Com o preço único, o mercado livreiro ficaria aquecido e, assim, haveria mais estímulo à abertura de novas livrarias, o que facilitaria o acesso da população aos livros. “A partir da hora em que protegermos o 'canal livraria', especialmente as pequenas e independentes, vamos fazer com que o empresário se sinta motivado a abrir novas livrarias por várias cidades do Brasil”, acredita. O número, de acordo com ele, poderia saltar das 2,6 mil unidades existentes hoje para quase 5 mil.
Essa proposta ainda não é um projeto de lei. A ANL espera formatar um anteprojeto e apresentá-lo em agosto, quando ocorre, em São Paulo, a 20ª Bienal Internacional do Livro.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Mais vendidos Cotidiano

Os resumos dos livros são fornecidos pelas respectivas editoras.
Editora: CosacNaify
Autor: André Gorz
Biografias/Diários/Memórias

Este é o último livro do filósofo francês André Gorz, escrito para homenagear sua mulher, Dorine, com quem partilhou a vida por quase sessenta anos. O casal cometeu suicidio em 22 de setembro de 2007; os corpos foram encontrados um ao lado do outro, e um cartaz, na porta de sua casa, pedindo que a polícia fosse avisada. Gorz, discípulo de Sartre e co-fundador do 'Le Nouvel Observateur', era um crítico radical da mercantilização das relações sociais, contrário à crença no trabalho assalariado, além de ser autor de vários livros sobre ecologia. Desde o início da década de 90 vivia em retiro com a mulher, que sofria, há anos, de uma doença degenerativa. Os dois viveram uma grande história de amor e companheirismo, após terem se conhecido em Lausanne, numa noite de neve, em outubro de 1947.

Editora: Prestígio
Autores: William Arntz/Betsy Chasse/Mark
Filosofia
A teoria quântica ao alcance de todos. De que são feitos o pensamento e a realidade? E como um pensamento muda a natureza da realidade? Um livro surpreendente que conduz, através da ciência, para dentro de um universo que é mais vivo do que se pode imaginar: a fronteira final do conhecimento científico sobre a consciência, a percepção, a química do corpo e a estrutura cerebral. Uma obra sobre física quântica, espiritualidade e o significado da vida.

Editora Fundamento
Autor: Geoffrey Blainey
História

Em 'Uma Breve História do Mundo', o autor faz um balanço da fantástica saga da humanidade, compilada desde seus primórdios até os frenéticos dias atuais. Sem perder o foco, Blainey descreve a geografia das civilizações e analisa o legado de seus povos. O leitor deve se preparar para uma viagem inesquecível - saberá como eram as noites dos primeiros nômades; testemunhará o surgimento das religiões; questionará a carnificina das guerras e acompanhará a ascensão e queda dos grandes impérios. 'Uma Breve História do Mundo' entrelaça a história de um povo a outro, de forma didática.

Editora: Planeta
Autor: Laurentino Gomes
História
A fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro ocorreu em um dos momentos mais apaixonantes e revolucionários do Brasil, de Portugal e do mundo. O propósito deste livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e contar de forma acessível a história da corte lusitana no Brasil e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás. '1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil' é o relato sobre um dos principais momentos históricos brasileiros.

Editora Caramelo
Autor: Gilson Barreto
Infantil/Infanto-Juvenil

Livro infantil sobre o tema, traz uma aventura emocionante na qual os personagens encontram a caravela que leva a Família Real Portuguesa para o Brasil. Terão nossos heróis viajado no tempo? A história mostra para as crianças o que a vinda da Corte de Portugal trouxe de herança nas artes, cultura, arquitetura e economia do nosso país.


Editora: Rocco
Autor: Nilton Bonder
Religiões

Reconstruindo os significados de 'corpo' e 'alma', Nilton Bonder contrapõe o conceito de alma imoral do texto bíblico ao animal moral da psicologia evolucionista. O corpo que preserva e a alma que trai são responsáveis pelo mais importante processo da vida - a reprodução. A intenção do autor é transportar o leitor para um campo de batalha milenar onde o traído troca de lugar com o traidor, o santo com o marginal, o corpo com a alma.


Editora: Globo
Autor: Maria Adelaide Amaral
Romance Brasileiro

'Aos meus amigos' tem como tema central um dos principais da literatura de todos os tempos - a amizade. A amizade, porém, se aqui rima com 'fraternidade e solidariedade', não rima necessariamente com felicidade. A história do romance, baseada em fatos reais da vida da autora, se articula em torno de um leito de morte. Na verdade, de um leito de suicídio, o do escritor e publicitário Leo (inspirado em Décio Bar, amigo da escritora, a quem o romance é dedicado). É o seu suicídio que, no agitado ano de 1989, mobilizará a retomada da 'velha turma', que vivera intensamente os ideais da esquerda nos anos da ditadura militar brasileira (1964-1985). Um reencontro feito também de desencontros, inclusive políticos. Após o suicídio de Leo, seus amigos reúnem-se para velar o corpo e tentar manter viva sua memória, enquanto procuram os originais de um livro que teria deixado. Romance ágil, grandemente baseado em diálogos, mais do que em descrições, os fatos e personagens são, então, construídos e reconstruídos por referências e reminiscências, como nas conversas reais. É a palavra falada, enfim, que reina no romance, assim como na vida. Leia um trecho do livro aqui.


Editora Campus
Autor: João Carlos Martins
Biografias/Diários/Memórias

A saga das mãos conta a história do maestro e pianista João Carlos Martins, um ser humano extraordinário apaixonado pela música - e pela música de Bach, em especial. Trata-se de um livro sóbrio sobre superação e determinação, recheado de histórias comoventes e divertidas. É uma leitura fundamental para o exercício da perfeição.


Editora: Topbooks
Autor: Arthur Schopenhauer
Filosofia

Arthur Schopenhauer (1788-1860) deixou inconcluso este livro breve e perturbador com que desmascara os esquemas da argumentação maliciosa e falsa. Por mais de um século a 'Dialética Erística' ficou praticamente ignorada, até que o renascimento dos estudos sobre retórica e persuasão viesse tirá-la do esquecimento, mostrando seu potencial explosivo. Nesta edição, o texto é enriquecido por extensos comentários e acréscimos do filósofo brasileiro Olavo de Carvalho, que seu 'O imbecil coletivo' consagrou como um expert no desmascaramento da pseudo-argumentação.


Editora: Objetiva
Autor: Elizabeth Gilbert
História/Relatos

Em torno dos 30 anos, Elizabeth Gilbert enfrentou uma crise da meia-idade precoce. Tinha tudo que uma americana instruída e ambiciosa teoricamente poderia querer - um marido, uma casa, um projeto a dois de ter filhos e uma carreira de sucesso. Mas em vez de sentir-se feliz e realizada, foi tomada pelo pânico, pela tristeza e pela confusão. Enfrentou um divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado, até que se viu tomada por um sentimento de liberdade que ainda não conhecia. Foi quando tomou uma decisão radical - livrou-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego, e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo - sozinha.